quarta-feira, 12 de outubro de 2011

SLACKLINE ATIVIDADE QUE VEIO PRA FICAR...

Um homem se equilibra como pode em cima de uma fita de 2,5cm de largura presa a dois pontos fixos. A fita balança, ele balança junto. Joga os braços para cima, para o lado, quase como se procurasse um apoio imaginário. Ameaça cair e, quando parece que não tem outro fim senão um doloroso encontro com o chão, dá um salto quase acrobático e pousa na fita com maestria. Os saltos do professor de educação física Eduardo Villanova, 27 anos, nada têm a ver com o picadeiro de um circo. Ele é um praticante de slackline, esporte que nasceu nos Estados Unidos, virou moda nas praias do Rio de Janeiro e agora começa a ganhar adeptos no Brasil

No slackline, uma fita de polipropileno, como as usadas na escalada e no rapel, é presa a duas bases seguras – árvores, carros, postes ou o que tiver por perto – e bem tensionada.

– Cada pessoa tem um ritmo, mas, na segunda aula, a maioria já consegue ficar em pé sozinha. É mais fácil do que parece – diz Villanova.

O próximo desafio é atravessar o percurso (essas fitas podem ter até 100 metros) sem ajuda ou quedas. Para os iniciantes, ela é amarrada bem baixa, na altura dos joelhos, e bem esticada. Depois, conforme a habilidade de cada um, ela fica mais alta e mais solta. Quanto mais frouxa, mais balança. As acrobacias, saltos e giros são só para quem já é craque, mas o professor garante que não precisa ser nenhum malabarista para se aventurar.

– É um esporte democrático, não tem contraindicação de idade nem de tamanho – explica Villanova.

Ao tentar se equilibrar em cima da fita, a pessoa exercita mais de 100 músculos. Abdômen e coxa são os mais trabalhados. Além disso, concentração e equilíbrio tendem a melhorar.

– É quase uma terapia, a gente esvazia a mente quando está ali em cima – conta o técnico de compras Mateus Vilela, 22 anos, recente adepto.

É bem verdade que o slackline pegou emprestados da milenar corda bamba circense e da ginástica artística o equilíbrio e as acrobacias que fazem dele algo divertido e desafiador. Mas suas origens não remontam nem a um ginásio olímpico, nem a um picadeiro. O esporte nasceu em meados da década de 1970, no Parque Nacional de Yosemite, na Califórnia (EUA), reduto sagrado para os escaladores. Dois deles, Adam Grosowski e Jeff Ellington, começaram a andar em cima das correntes do estacionamento de um acampamento para passar o tempo. Viram que a brincadeira era um ótimo exercício de equilíbrio e concentração na hora de escalar. As correntes logo acabaram dando lugar às fitas tubulares, usadas hoje. A estreia do Highline foi um pouco mais tarde, em 1983, quando outros dois escaladores conseguiram atravessar uma ponte em Pasadena (EUA).

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